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Quase lá: relembre indicações do Brasil ao Oscar; país nunca ganhou

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  • Documentário 'O Sal da Terra' disputa estatueta neste domingo (22)

O mais perto que o Brasil já chegou de um Oscar foi aplaudindo uma estatueta do nossos vizinhos uruguaios. Em 2005, o compositor Jorge Drexler recebeu o prêmio de melhor canção por "El otro lado del rio". 

Como a música estava no filme "Diários de motocicleta", do diretor brasileiro Walter Salles, dava até para dizer que Jorge Drexler era Brasil na Libertadores (e no Oscar). Mas a verdade é que o país jamais levou o maior prêmio do cinema mundial.

A nova chance é neste domingo (22), quando acontece a edição 2015 da grade festa de Hollywood. “O Sal da Terra” disputa na categoria melhor documentário. Ele é codirigido pelo brasileiro Juliano Salgado, filho do fotógrafo Sebastião Salgado, tema do filme. O alemão Wim Wenders também assina a direção desta coprodução Brasil, Itália e França.

A indicação anterior do país havia ocorrido em 2012. Com a música "Real in Rio", da animação "Rio", Carlinhos Brown e Sergio Mendes perderam para "Man or muppet", tema de "Os muppets".

Na história do Oscar, o Brasil teve ainda outras “quase vitórias” ou vitórias parciais. Em 1986, por exemplo, William Hurt ganhou a estatueta de melhor ator pelo trabalho no filme “O beijo da mulher aranha”, dirigido por Hector Babenco. O longa era uma coprodução Brasil e Estados Unidos.

Veja, abaixo, todas as indicações do Brasil ao Oscar:


A primeira vez em que fomos ao Oscar não foi exatamente por méritos cinematográficos, mas, sim, musicais – e com um de nossos compositores mais célebres de todos os tempos, Ary Barroso (1903-1964). Em 1945, a composição “Rio de Janeiro” disputou a estatueta de melhor canção pelo filme “Brazil”, produção americana dirigida por Joseph Santley. 

Mas era difícil: a música de Barroso disputava com outras 9 indicadas. 

Ganhou “Swinging on a star”, de James Van Heusen e Johnny Burke, que estava no filme “O bom pastor”.




Costuma-se considerar “O pagador de promessas”, dirigido por Anselmo Duarte (1920-2009), como grande marco inaugural do Brasil no Oscar. 

Em 1963, o longa baseado na peça de Dias Gomes (1922-1999) concorreu ao prêmio de melhor filme estrangeiro – e perdeu para uma produção francesa, “Sempre aos domingos”. 

O filme brasileiro, por outro lado, tinha faturado, um ano antes, a Palma de Ouro em Cannes, a mais prestigiosa distinção do cinema de arte e mais conceituada que o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.




O Oscar veio, mas não propriamente para o Brasil. Foi mais ou menos igual aconteceria com “El otro lado del Rio” duas décadas mais tarde. 

Só que aqui o prêmio foi de melhor ator, para William Hurt, numa coprodução Brasil e Estados Unidos e dirigida pelo argentino naturalizado brasileiro Hector Babenco. 

“O beijo da mulher aranha” teve ainda outras indicações ao prêmio da Academia de Hollywood: melhor filme, diretor e roteiro adaptado. 

O elenco tinha ainda outros grandes atores do país, como Sonia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Herson Capri e Nuno Leal Maia.




A segunda indicação do Brasil a melhor filme estrangeiro ocorreu em 1996, com “O quatrilho”, de Fábio Barreto – mais de três décadas após a “estreia” na categoria, com “O pagador de promessas”. 

A trama se passa no início do século XX, numa comunidade rural do Rio Grande do Sul. Ali, os dois casais vivem na mesma casa, até que a esposa (Patrícia Pillar) de um (Alexandre Paternost) se interessa pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires). 

Os amantes, então, decidem fugir. Comovente, a história não levou a estatueta, sendo preterida pelo holandês “A excêntrica família de Antonia”.




Baseado no best-seller homônimo lançado em 1979 pelo jornalista, escritor e político Fernando Gabeira, “O que é isso, companheiro?” concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro e, a exemplo de “O quatrilho”, perdeu do holandês (no caso, “Caráter”). 

Outra coincidência: o diretor é Bruno Barreto, irmão de Fábio. 

“O que é isso, companheiro?” rememorava a participação de Gabeira na luta armada dos anos 1960 e no sequestro do então embaixador americano, Charles Elbrick.




Por razões de Fernanda Montenegro, “Central do Brasil” está para o Oscar 1999 assim como a seleção de 1982 está para a Copa do Mundo daquele ano. 

Explique-se. Coroando a boa fase junto à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollwyood, o longa de Walter Salles marcou a nossa segunda indicação seguida ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Nunca antes na história deste país isso havia ocorrido. 

E mais: Fernanda concorreu à estatueta de melhor atriz. Mas nenhum dos dois levou. O filme perdeu de “A vida é bela”. Nossa dama do teatro perdeu de Gwyneth Paltrow, embora, pelo menos por aqui, tenha sido eleita a “campeã moral” da disputa.




Pela primeira vez (e acabou sendo a única até hoje), o Brasil era indicado ao Oscar de melhor curta-metragem em live-action (com atores de verdade, não animação). 

O nosso candidato foi “Uma história de futebol”, de Paulo Machline. A trama se baseia do livro homônimo escrito por José Roberto Torero e narra casos do garoto Dico, apelido de infância pelo qual Pelé era conhecido. 

Quem narra é o seu melhor amigo, Zuza, papel de Antônio Fagundes. “Uma história de futebol” perdeu a estatueta para “Quiero ser (I want to be...)”, coprodução de México e Alemanha.




Em 2003, “Cidade de Deus” foi ignorado por Hollywood e ficou fora da disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro – o Brasil havia selecionado o longa de Fernando Meirelles para tentar a vaga. 

Mas, no ano seguinte, a Academia mudou de opinião e colocou “Cidade de Deus” para concorrer em quatro categorias: melhor diretor, melhor roteiro adaptado (Bráulio Mantovani), melhor fotografia (César Charlone) e melhor edição (Daniel Rezende). Nenhum deles conseguiu a estatueta, mas mesmo assim dá para dizer que protagonizaram um dos momentos de maior prestígio do cinema brasileiro lá fora.




Outra indicação por um curta-metragem, mas desta vez entre as animações. 

Oficialmente registrado como produção dos Estados Unidos, "Aventura perdida de Scrat" tinha na direção o brasileiro Carlos Saldanha, que mais tarde codirigiria “A era do gelo 3” (2009) e ainda faria “Rio” (2011) e “Rio 2” (2014). 

O curta indicado tem como protagonista o bichinho Scrat, de “A era do gelo” (2002) e sua tragicômica busca obsessiva por uma noz. A vitória na categoria ficou com o australiano “Harvie Krumpet”, mesmo diretor do belíssimo “Mary e Max: Uma amizade diferente”.




Foi uma indicação polêmica. Coprodução Brasil e Reino Unido, “Lixo extraordinário” concorreu na categoria melhor documentário, mas o componente nacional do longa não pôde ser integralmente celebrado. 

Isso apesar de o tema ser o artista plástico brasileiro Vik Muniz e de o filme ter sido em parte rodado num lixão do Rio. 

É que, quando anunciou a indicação, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood listou somente a diretora Lucy Walker e o produtor Angus Aynsley, ambos britânicos. Deixou de incluir o nome de João Jardim, brasileiro que codirigiu a obra




Matematicamente falando, jamais houve melhor possibilidade para ganhar. 

Com a música “Real in Rio”, da animação “Rio”, Carlinhos Brown e Sergio Mendes disputavam o Oscar contra um único concorrente. 

E perderam: o prêmio foi para "Man or muppet", tema de "Os muppets".





Fonte G1





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