A plataforma de gelo Larsen C está se quebrando e pode produzir um iceberg do tamanho de Delaware – segundo menor estado americano em território.
Uma equipe de pesquisadores sobrevoou a rachadura gigantesca no gelo e calculou que o fenômeno tenha cerca de 70 milhas (cerca de 112 km) de comprimento, mais de 300 pés (cerca de 91 m) de largura e cerca de um terço de milha (cerca de 0,5 km) de profundidade.
“A rachadura corta completamente a plataforma de gelo, mas não percorre todo o caminho através dela – uma vez que isso acontecer, vai produzir um iceberg quase do tamanho do estado de Delaware”, disseram os representantes da NASA em um comunicado.
O colapso de Larsen B, ao lado leste da Península Antártica, ocorreu quando uma seção de gelo de 3.200 quilômetros quadrados se transformou em milhares de icebergs em apenas 35 dias. De acordo com estudos, Larsen B ficou estável por até 12.000 anos, mas tornou-se alvo do aquecimento global.
Estudos anteriores haviam sugerido que a plataforma de gelo começou a derreter apenas alguns anos antes da data em que se desintegrou, em 2002.
As altas temperaturas no verão aumentam o fluxo de água nas fendas, que acelera o processo de derretimento e separação. Esse fenômeno provocou preocupação generalizada sobre o impacto que as alterações climáticas podem oferecer ao gelo na Antártida, embora um estudo recente tenha mostrado que a massa de gelo no continente, na verdade, aumentou.
Segundo os investigadores, a aceleração de fluxo do gelo visto em Larsen B pode ser resultado das alterações nas propriedades do gelo. A fusão pode ter deixado o gelo mais plástico, aumentando o deslizamento. O colapso da plataforma de gelo em 2002 pode ter provocado maior aceleração e afinamento das geleiras.
Um estudo recente revelou que, no lado oposto da Península Antártica, mais de 386 milhas quadradas (cerca de 999 km²) de gelo – uma área do tamanho de Berlim – foi perdida nos últimos 40 anos. Mas em outros lugares na Antártida, a camada de gelo tem crescido. Os dados de satélite mostraram que a vasta camada de gelo do continente teve um ganho líquido de 112 bilhões de toneladas de gelo por ano entre 1992 e 2001.
No entanto, entre 2003 e 2008, houve a redução de 82 bilhões de toneladas de gelo por ano.
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