O jornal The Daily Times da cidade de Salisbury, em Maryland, Estados Unidos, relatou nesse fim de semana sobre a morte trágica e horrível de Michael Funk no início de setembro. Os médicos confirmaram que ele morreu devido a uma bactéria similar ao da cólera, chamado Vibrio vulnificus.
Funk estava com sua esposa, Marcia, no condomínio onde viviam, quando ficou incrivelmente doente devido a um corte aberto na perna, e foi levado às pressas para o hospital no dia 11 de setembro.
Embora Funk tenha sido transferido para o hospital especializado em choque e trauma em Baltimore, onde amputaram sua perna infectada, ele morreu quatro dias depois, no dia 15 de setembro. “É como sair de um filme de terror“, disse Marcia Funk ao jornal local The Daily Times.
A bactéria Vibrio vulnificus pode ser encontrada em água salgada e quente, bem como em moluscos e animais marinhos. Anualmente cerca de 85.000 casos de infecção são registrados envolvendo V. vulnificus ou outras espécies Vibrio nos Estados Unidos, e muitas vezes não causam os mesmos danos que Funk sofreu.
A maioria das pessoas contraem a bactéria comendo alimentos contaminados, que muitas vezes resultam em uma curta intoxicação alimentar. Infecções como a de Funk são muito mais perigosas, pois a bactéria desintegra a carne de suas vítimas através de uma necrose rápida da pele e dos músculos em torno da ferida.
Estes casos carregam uma taxa de 25% de fatalidade, e mesmo aqueles que sobrevivem são frequentemente forçados a amputar seus membros afetados. As bactérias também podem entrar na circulação sanguínea de uma pessoa, causando infecção generalizada, que é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo.
Estima-se que 10% das infecções por V. vulnificus sejam em último caso fatais, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. “Algumas pessoas podem ter uma infecção, ficar um pouco doentes, e recuperar-se. Outras não são tão afortunadas, há muitos fatores que entram em jogo”, comenta Roman Jesien, cientista marinho e presidente do Maryland Coastal Advisory Fishery Committee.
Infecções causadas por outras espécies são menos preocupantes e mais comuns do que V. vulnificus. A maioria é causada por Vibrio parahaemolyticus. De acordo com o jornal The Daily Times, Maryland teve casos de Vibrio vulnificus regularmente nos últimos anos, como em 2013, tendo um recorde de 57 afetados. A maior concentração de doentes, como esperado, ocorre mais frequentemente durante os meses mais quentes da região, de maio a outubro.