Cerca de 107 dos principais cientistas do mundo, todos laureados com pelo menos um Nobel, tomaram lado em uma grande discussão sobre organismos geneticamente modificados (GMOs).
Escrevendo uma carta aberta ao Greenpeace e outras organizações, que ativamente gerenciam campanhas contra a propagação da cultura de GM, eles questionaram: “Quantas pessoas pobres devem morrer antes de considerarem isso um crime contra a humanidade”.
Em particular, os cientistas criticaram o Greenpeace, por se oporem publicamente a produção de arroz dourado, que já gerou muita polêmica em todo mundo por ser um produto de origem geneticamente modificado. Segundo eles, esse grão tem o potencial de salvar milhões de vidas todos os anos que geralmente são perdidas por deficiência de vitamina A, nos países em desenvolvimento.
“Eles têm deturpado os riscos [dos OGMs], benefícios e impactos, e apoiaram a destruição criminal de ensaios de campo aprovados e projetos de pesquisa”, escreveram os pesquisadores na carta. Eles ainda referenciaram numerosos estudos e artigos revisados ao longo do tempo, que comprovam que as culturas de GM são seguras e não muito diferentes das convencionais. Além de serem a nossa melhor chance de dobrar a produção de alimentos até 2050, para alimentar a crescente a população que cresce cada vez mais rápido.
O Greenpeace, apesar de tudo isso, continuou a sua campanha contra o uso de culturas geneticamente modificadas. De acordo com a Science Alert, eles chegam a destruir plantações, a fim de sabotar o trabalho de pesquisa dos cientistas.
“Os organismos científicos e regulamentados em todo o mundo têm repetidamente e consistentemente sugerido que os alimentos melhorados através da biotecnologia podem ser tão seguros quanto os derivados de método de produção natural”, escreveram os cientistas. “Nunca houve um único caso confirmado de um resultado negativo para a saúde em seres humanos ou animais”.
A carta é parte de uma campanha chamada Support Precision Agriculture, organizada pelo Nobel de Psicologia, Philip Sharp, diretor científico da New England Biolabs. Assinada por 107 laureados, incluindo Elizabeth Blackburn, que em 2009 venceu o Prêmio Nobel de Medicina, e Tomas Lindahl e Paul Modrich, que ganharam a edição passada como químicos.
“Nós somos cientistas e entendemos a lógica da ciência. É fácil de ver que o que o Greenpeace está fazendo é prejudicial e anticientífico”, disse Roberts ao Washington Post. “Primeiro o Greenpeace, e, em seguida, alguns dos seus aliados, deliberadamente começaram a assustar as pessoas. Acredito que seja uma maneira para eles para arrecadarem dinheiro para a sua causa”.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que 250 milhões de crianças no mundo sofram por deficiência de vitamina A, sendo que 40% delas são menores de cinco anos e residem em países em desenvolvimento.
“Chamamos nossos governos para fazer tudo em seu poder para impedir as ações do Greenpeace e acelerar o acesso de agricultores a todas as ferramentas da biologia moderna, especialmente sementes melhoradas através da biotecnologia. Oposição baseada em emoção e em dogmas, ao invés de dados, deve ser parada”, conclui a carta.
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