- Chimpanzé mais solitário do mundo ganha abraços de visitantes após anos de isolamento
Depois de três anos de isolamento em uma ilha remota, o chimpanzé Ponso finalmente recebeu alguns visitantes neste ano. O grupo era liderado por Estelle Raballand, diretora do Centro de Conservação de Chimpanzés, em Guiné. A felicidade do chimpanzé solitário ao ver a mulher era tão evidente, que quase imediatamente ele a abraçou quando ela estendeu a mão.
A trágica história de Ponso começou há trinta anos, quando ele foi abandonado na Costa do Marfim, na África, juntamente com outros 65 chimpanzés. A maioria deles foi capturada na natureza e usada pelo New York Blood Center (NYBC) para investigação de hepatite. Durante a fase de testes, foram realizadas biópsias, eles receberam anestesia, foram acorrentados e enviados para outros locais. Após os testes estarem completos, o laboratório deixou os chimpanzés em várias ilhas remotas sem fonte natural de alimento, ocasionalmente com suprimentos esgotados.
Os 20 chimpanzés do grupo de Ponso possuiam de 7 a 11 anos quando foram abandonados. Ponso tinha 10 anos, e 11 deles morreram em nove meses de testes, enquanto os nove chimpanzés sobreviventes foram enviados para uma ilha diferente. As condições na nova ilha não eram das melhores, e apenas Ponso e sua família (a fêmea e seus dois bebês) foram deixados lá. Germain, um homem amável de uma aldeia próxima, levava bananas e pão de vez em quando, e, até hoje, essa foi sua única fonte de alimento.
Infelizmente, toda a família de Ponso morreu em 2013, deixando o chimpanzé abandonado, sofrendo em uma vida de isolamento na ilha desabitada. Dadas as experiências traumáticas que ele tem enfrentado por conta de seres humanos, a capacidade do animal, hoje com 40 anos, de confiar em – e abraçar – seres humanos imediatamente não é nada menos do que notável. Quando Estelle Raballand, diretora do Centro de Conservação de Chimpanzés, visitou-o recentemente, ele estava tão feliz que ele realmente riu e envolveu-a em um abraço apertado.
Infelizmente, sua alegria durou pouco, pois ele não tinha escolha a não ser voltar para sua vida solitária após os visitantes humanos irem embora. A The Humane Society dos Estados Unidos está tentando levantar dinheiro para ajudar e abrigar Ponso e outros chimpanzés abandonados em ilhas africanas remotas, com a ajuda de um grupo chamado SOS Ponso tendo iniciado uma campanha no Crowdfuning (portal que arrecada doações) que já até superou seu objetivo inicial. Eles planejam usar esse dinheiro para fornecer alimentos e cuidados veterinários urgentes ao chimpanzé mais solitário do mundo.
Até recentemente, o New York Blood Center ainda estava cuidando dos chimpanzés que haviam realizado o teste, mas eles interromperam a ajuda em maio do ano passado. Em uma declaração oficial, eles disseram que eles já haviam gastado “milhões de dólares” nos cuidados dos chimpanzés e tinham entrado em conflito com o governo. Eles também acrescentaram que “nunca tiveram qualquer obrigação de cuidar dos chimpanzés, seja ela contratual ou de outra forma”.
Infelizmente, devido a sua história de ter sido cobaia de testes de laboratório, Ponso provavelmente nunca será capaz de deixar a ilha remota ou desfrutar da companhia de outros chimpanzés.
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