- Um belíssimo exemplo que pode ser seguido pelas escolas do Brasil
Uma escola em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, ganhou notoriedade não apenas por aceitar um aluno surdo, como também por ensinar a língua de sinais a toda a classe do ensino primário com o objetivo de melhorar a comunicação com o garoto.
A história começou em setembro do ano passado, quando Mirzana Coralic solicitou a inscrição do filho na escola primária de seu bairro. Com seis anos, Zejd possui uma deficiência auditiva e apesar do problema, a professora Sanela Ljumanovic aceitou quase de imediato. Porém, no primeiro dia de aula, ela notou que Zejd estava sentado sozinho, incapaz de se comunicar com qualquer um de seus colegas de classe. Então, ela tentou desenvolver alguns sinais próprios, que não foram tão efetivos.
Porém, o pai de outra criança sugeriu reunir toda a classe para aprender a língua de sinais, juntamente com Zejd. Então eles contrataram a professora de línguas Anisa Setkic-Sendic. Três meses depois, Zejd felizmente foi capaz de se comunicar com todos os seus colegas, conversando sobre assuntos cotidianos.
As outras crianças da classe de Zejd também ficaram muito felizes. “Eu gosto dessa linguagem e eu também acho que vai ser útil quando eu crescer”, disse Anesa Susic, uma das colegas de classe. “Eu gosto de aprender a linguagem de Zejd para que eu possa falar com ele e com outras pessoas surdas”, acrescentou Tarik Sijaric, outro garoto. Agora, a língua de sinais está ficando bastante popular na Escola Primária Osman Nakas, com crianças de outras classes também tentando aprendê-la.
“Estamos todos felizes por estarmos aprendendo uma nova língua”, disse Sanela, acrescentando que a língua de sinais é importante, pois permite a comunicação e ajuda as crianças a se tornarem mais sensíveis em relação às pessoas com deficiência. Ela agora espera que a matéria possa ser incluída como parte da grade oficial do país.
Apesar de a Bósnia ter leis em vigor que permitem que crianças com deficiência estudem em quaisquer escolas, a integração tem sido bastante difícil na prática. Não há muitos professores como Anisa – principalmente porque o Ministério da Educação não paga por aulas de língua de sinais.
Zejd teve muita sorte, já que os pais das crianças de sua turma se ofereceram para contribuir com o dinheiro para pagar as aulas. Mas nem todos os pais puderam arcar com os fundos e Sanela prefere manter o sigilo sobre quais pais pagaram e a quantia arrecadada. Agora, ela acredita que a próxima meta seja ensinar Zejd a fazer leitura labial.
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