- Uma história tão intrigante que é digna de virar um filme
Um médico espanhol que desapareceu há 20 anos e foi declarado morto pelas autoridades 14 anos mais tarde, depois que ninguém mais viu ou ouviu falar dele, foi recentemente encontrado vivendo no meio de uma floresta Toscana italiana, por um casal de forrageadores de cogumelos, moradores do local.
Carlos Sanchez Ortiz de Salazar, que agora deve ter 47 anos, desapareceu de sua casa em Sevilha, Espanha, em 1996, depois de cair em uma depressão profunda. Sua família passou anos procurando por ele, mas depois de não encontrarem qualquer tipo de pistas sobre o que tinha acontecido, desistiram.
Eventualmente as autoridades espanholas, em 2010, declararam oficialmente que Carlos estava morto. No entanto, duas semanas atrás, este homem que dizia ser o próprio foi encontrado vivendo em uma floresta nas imediações de Scalino, uma cidadezinha em Toscana, pelos anteriormente referidos catadores de cogumelos.
O casal de forrageadores foi para a floresta na esperança de encontrar alguns viçosos cogumelos depois de um fim de semana de fortes chuvas, mas depois de não colherem quase nada, decidiram desviar da trilha convencional e batida, a fim de mudar a sua falta de sorte.
Mas em vez de cogumelos, eles descobriram um rastro de garrafas plásticas de água e latas enferrujadas no meio do mato, que acabou levando-os para o acampamento de um homem que eles disseram que "tinha um rosto todo sujo e uma barba enorme".
Aterrorizados com a visão daquele eremita com um saco nas costas, os dois cagões não tiveram melhor ideia do que sair correndo para salvar suas vidas, mas ocasionalmente voltaram algumas horas depois com o chefe da guarda florestal local. Os seus receios iniciais, entretanto, revelaram-se infundados, pois o homem se aproximou simplesmente para cumprimentá-los e com boa fluência em idioma italiano, muito solícito e educado se apresentou
- "Eu sou espanhol, meu nome é Carlos e vivo aqui desde 1997", disse ele. - "Eu não quero mais viver entre as pessoas: agora que vocês me encontraram eu preciso fugir daqui."
Pouco antes de que ele começasse a arrumar seus trapos, o guarda perguntou se poderia fornecer a prova da sua identidade, e o homem mostrou um passaporte velho, desgastado e expirado com o nome de Carlos Sanchez Ortiz de Salazar. O guarda conseguiu tirar uma foto dela com um smartphone que usava para informar as autoridades locais e a associação de pessoas desaparecidas da sua presença. Eles entraram em contato com os seus homólogos na Espanha, que rapidamente fizeram contato com a família de Carlos.
- "É ele, é o nosso Carlos", disseram seus pais logo que viram a foto de seu passaporte. - "Ele está vivo, e isso é o mais importante de tudo."
No outro dia os pais foram até a Itália, se juntaram a um grupo de busca e aventuraram-se na mata em direção ao acampamento que os catadores de cogumelos tinham descoberto.
No entanto, eles só encontraram algumas latas cheias de água, muito lixo e uma lona velha que o homem provavelmente utilizava como abrigo. Os pais ficaram muito emocionados ao ver o local onde o filho viveu nos últimos 18 anos. Como ele havia dito aos homens que o encontraram, Carlos se mudou para outro local.
- "Não havia nenhum sinal dele", disse o prefeito de Scarlino, Marcello Stella. - "Só Deus sabe se vamos encontrá-lo novamente."
Mas seus pais não estão preparados para desistir do filho, que acreditavam que estava morto há muito tempo.
- "Nós respeitamos a sua vontade e sua liberdade, mas não vamos desistir até que o tenhamos em nossos braços novamente, mesmo que seja apenas pela última vez", disse sua mãe Amélia em meio a um monte de lágrimas. Já o pai se mostrou inconsolável esmurrando a vegetação até que sua mão sangrasse.
Em relação aos seus meios de sobrevivência no mato por tanto tempo, alguns acreditam que ele devia cultivar e também colhia alimentos, mas outros acham que ele subsistiu fuçando latas de lixo na periferia das cidades próximas, como Scarlino, sobretudo porque (somente agora) alguns moradores afirmaram ter visto um mendigo barbudo vasculhando lixo no local.
Fonte