- Esse reator foi inspirado nos quadrinhos do Homem de Ferro
Os reatores de fusão, teoricamente, podem ser uma fonte ilimitada de energia.
Porém, seu desenvolvimento nunca foi tão simples. Agora, em menos de uma década, isso poderá ser possível. Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, afirmam ter desenvolvido o projeto de reator de fusão comercialmente viável.
Nomeado ARC, o reator consistirá em um sistema tokamak – em forma de rosquinha – e poderá gerar a mesma quantidade de energia de outros maiores. O reator é muito parecido – e leva o mesmo nome – ao utilizado por Tony Stark, no filme Homem de Ferro, inspirado nos quadrinhos da série.
A fusão funciona por meio de dois tipos de átomos de hidrogénio – deutério e trítio – com a inserção de gás para o interior de um vaso de contenção. Os cientistas adicionam energia para remover os elétrons dos átomos de acolhimento, formando um plasma de íons, que libera enormes quantidades de energia. Se a técnica for aperfeiçoada, será possível fornecer uma fonte inesgotável de energia, resolvendo sua crise no mundo.
O reator tokamak, um projeto promissor, consiste em uma câmara oca de metal na forma de uma rosquinha. O combustível é aquecido a temperaturas superiores a 150 milhões de graus Celsius, formando um plasma quente. Os campos magnéticos intensos são usados para manter o plasma longe das paredes, produzidos por bobinas supercondutoras que rodeiam o recipiente e por uma corrente eléctrica.
O reator ARC é um pouco diferente de outros sistemas tokamak, usando novos supercondutores comercialmente disponíveis de óxido de terras raras (RE2O3), carbonato de bário (BaCO3) e óxido de cobre (CuO), formando fitas de óxido supercondutor (REBCO). Os fortes campos magnéticos gerados por essas bobinas são capazes de conter o plasma superaquecido, permitindo que o reator seja menor, mais barato e mais rápido de construir. Tudo isso sem perder o potencial de produção de energia.
O mais potente reator de fusão planejado no mundo é chamado ITER. O dispositivo gigante está em construção na França. Mas, apesar da diferença de tamanho e força do campo magnético, o reator proposto é baseado na mesma “física” do ITER.
ARC pode produzir cerca de três vezes mais eletricidade do que a necessária para mantê-lo funcionando, mas o projeto poderia ser melhorado para aumentar essa proporção para cerca de cinco ou seis vezes, de acordo com Brandon Sörbom, estudante do MIT que trabalha no projeto. Até agora, nenhum reator de fusão produziu mais energia do que a consumida, fazendo com que o sucesso do projeto possa ser um grande avanço na tecnologia de fusão.
O reator projetado poderia fornecer eletricidade para cerca de 100 mil pessoas. “A Energia de fusão com certeza será a fonte mais importante de energia elétrica na Terra, no século 22, mas precisamos dela muito antes para evitar o aquecimento global catastrófico”, disse David Kingham, CEO da Tokamak Energia, que não está ligado ao projeto. “Este trabalho mostra uma boa alternativa para progressos mais rápidos”, concluiu.
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